Grupo usava uma sala do comandante da PM à época, e ava informações privilegiadas. Clientes eram forçados a contratar a defesa delas, caso contrário, ficariam na delegacia, segundo aponta investigação. OAB-MT acompanha o caso.
Por g1 MT

Advogada, bacharel em direito e um policial militar foram presos, nesta quinta-feira (1º), por suspeita de coagir clientes para que contratassem a defesa delas em Alto Boa Vista, a 1.064 km de Cuiabá, de acordo com a Polícia Civil. O principal alvo eram clientes que estivessem respondendo por crimes de menor potencial ofensivo.
Ao g1, a Ordem dos Advogados do Brasil Seccional de Mato Grosso (OAB-MT), informou, em nota, que acompanhou a prisão dos investigados e disse que irá encaminhar o caso ao Tribunal de Ética e Disciplina (TED). Caso se comprove as infrações, a OAB-MT disse que os suspeitos irão responder a processo, com a devida garantia do contraditório.
Segundo a polícia, foram apreendidas três armas de fogo em um dos endereços dos suspeitos, sendo que uma das armas estava com registro vencido e as outras duas não tinham autorização legal. Pela apreensão, a investigada foi presa por posse irregular de arma de fogo de uso permitido.
Outros mandados de busca e apreensão foram cumpridos em uma casa das suspeitas e em um escritório de advocacia na cidade, além de outras duas residências e um escritório em Barra do Garças, a 516 km da capital.
Investigação
Conforme a investigação da Polícia Civil, um militar, comandante do núcleo à época dos fatos, e um funcionário da prefeitura, teriam levado duas mulheres de Barra do Garças, uma advogada e uma bacharela em direito, para participarem das condutas criminosas.
Segundo a polícia, as mulheres coagiam os clientes de diferentes maneiras, além de usarem uma sala do comandante da PM, onde tinham o ao sistema de ocorrência da corporação.
Com isso, as suspeitas conseguiam informações privilegiadas a respeito dos clientes para influenciar na coação dos serviços advocatícios.
Segundo a polícia, o método do crime era falar aos clientes que eles só conseguiriam ser liberados se pagassem pelo serviço delas, caso contrário iriam para a delegacia.
Em relação ao militar no esquema criminoso, todos os indícios da investigação foram encaminhados ao 10º Comando Regional da Polícia Militar e ao Ministério Público Militar, para as providências cabíveis.
Todo o material apreendifo deve ser periciado. A polícia procura para identificar outros possíveis suspeitos envolvidos no grupo criminoso.