Caos em Cuiabá – Sindimed divulga vídeos com relatos de precariedade na Saúde

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Do: MidiaNews
Presidente do sindicato, Adeildo Lucena diz que objetivo é mostrar situação nas unidades
O presidente do Sindimed, Adeilto Lucena

O Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed-MT) divulgou nesta terça-feira (6) depoimentos de pessoas que seriam médicas da Saúde de Cuiabá denunciando a precariedade nas unidades municipais. Entre os relatos, estão a falta de segurança, assédio moral e demanda de trabalho abusivas.

O presidente do Sindimed, Adeilto Lucena, afirmou que o objetivo dos vídeos (veja ao final da matéria) é mostrar as dificuldades que esses médicos enfrentam na atual gestão do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB).

Recentemente o presidente já havia denunciado a situação vivenciada pelos médicos e chegou a ameaçar uma greve. No entanto, a Justiça suspendeu o movimento por reconhecê-lo como ilegal.

Ao todo quatro pessoas, que tiveram suas identidades preservadas para evitar represálias, compartilharam suas vivências nas unidades públicas de Cuiabá.

A primeira relatou que trabalhava em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e costumava receber “bilhetinhos” da coordenação para atender amigos de seus superiores na frente de pacientes que aguardavam nas filas.

“A tela dos pacientes lotada e orientavam certos amigos dessa coordenação para ficar aguardando na frente da minha sala, e eu recebia esses bilhetinhos para ar na frente de vários pacientes que aguardavam há algumas horas”, afirmou.

Ela também conta que os superiores faziam “pressão” para que os médicos atendessem uma quantidade elevada de pacientes. Segundo a profissional, a exigência era atender 100 pessoas em um plantão.

Outra profissional também confirmou que recebia bilhetes de seus superiores, porém com ordens para não internar pacientes na unidade de saúde em que trabalhava.

“Ainda que o paciente tenha indicação maciça de internação nós recebemos, por recadinhos, WhatsApp, cartinhas e até verbalmente, ordens expressas de não internar esses pacientes, uma vez que os pacientes não podem ficar, teoricamente, mais de 24 horas em uma unidade”, disse.

Falta de segurança e estrutura

Outra denúncia feita pelos profissionais é em relação a falta de segurança nos postos e policlínicas da Capital.

Durante a rotina de trabalho, os médicos relembram que ocorriam invasões em consultórios, ataques de pacientes agressivos e por parte até mesmo da istração.

Alguns profissionais relatam que ficavam sozinhos nas unidades de saúde tomando conta de uma demanda exaustiva de trabalho e sem auxílio de qualquer vigilante tendo que lidar diretamente com pessoas agressivas.

“Já sofremos ameaças e pacientes extremamente agressivos por causa da demora na espera. E essas demoras não são porque estamos enrolando, de forma alguma. É porque a demanda é muito grande e as escalas estavam furadas”, contou.

Outras demandas apontadas pelos médicos é a falta de estrutura dos hospital da Capital. As unidades estariam com falta de remédios básicos, como dipirona, AAS e soro nas salas de urgência e emergência.

Veja vídeos: