Do: MidiaNews
“Me senti suja”, disse. Caso teria ocorrido em julho de 2019, e foi registrado em Belo Horizonte

A ex-recepcionista V.A.D., de 22 anos, acusou o presidente licenciado da Fetagri-MT (Federação dos Trabalhadores na Agricultura), Nilton Macedo, de assédio e importunação sexual. Ele teria tentado beijá-la à força e feito elogios ao seu corpo.
Filiado ao PT, Nilton é o segundo-suplente na chapa de Neri Geller (PP), que tenta uma vaga ao Senado mesmo tendo o mandato cassado e se tornado inelegível por oito anos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A acusação foi registrada em julho deste ano na Delegacia de Atendimento a Mulher, em Belo Horizonte (MG), onde a recepcionista mora atualmente. O caso, segundo ela conta, ocorreu em outubro de 2019, quando ela tinha 19 anos.
Segundo V.A.D. relatou à Polícia, Nilton Macedo era seu superior direto na Fetagri. Ela conta que no dia 17 de outubro de 2019, por volta das 17 horas, o dirigente a teria agarrado e tentado beijá-la à força.
“O autor agarrou pela cintura e tentou beijá-la à força, então a vítima conseguiu se desvencilhar do autor”, consta em trecho do BO.
“Beijo à força”
Em outra parte, V.A.D. detalha um episódio anterior. “A declarante relata que algum tempo antes do fato o autor a chamou na sala dele, com pretexto, segundo a vítima de perguntá-la sobre o serviço dela, que nesse momento o autor foi se aproximando e a agarrou e a beijou à força; e que ela novamente conseguiu empurrá-lo e saiu correndo. A vítima relata ainda que logo em seguida pegou seus pertences e foi embora”, consta em trecho do BO.
No documento, V.A.D. relatou que o dirigente fazia “piadinhas” e a assediava com elogios ao seu corpo.
“Deseja acrescentar que após um mês o autor começou com piadinhas com a vítima. Que ele usava ‘elogios’ quando ava perto da mesa como ‘busto grande’, ‘tão linda hoje’, ‘que o corpo é bonito’”.
Ela ainda revelou que em 27 de agosto de 2019, dia de seu aniversário, ele a chamou em sua sala e entregou uma quantia em dinheiro de mais menos R$ 150, dizendo ser uma bonificação pela data.
“Se sentiu suja”
À autoridade policial, V.A.D. afirmou que os episódios lhe causaram angústia, fazendo com que ela se sentisse “suja”.
Após o episódio, a recepcionista seguiu na Fetagri e, em fevereiro de 2022, pediu demissão.
Meses depois, ela mudou-se para a capital mineira alegando temer por sua integridade física e moral.
“A declarante teme por sua integridade física e moral; a declarante manifesta interesse na representação criminal; que dispensa guia para exame de corpo delito”, diz o BO.
Veja trecho do documento:
Outras denúncias
Macedo ainda é alvo de acusações de supostos desvios financeiros da ordem de R$ 1 milhão na entidade.
As denúncias foram formalizadas, em julho ado, por meio de uma representação no Ministério Público do Trabalho (MPT), assinada pela secretária-geral da Fetagri, Marilza Reis Moraes Silva, e a membro do Conselho Fiscal da Federação, Leudislene da Silveira Fraga.
No documento, elas apontaram 20 supostas irregularidades istrativas, financeiras e morais cometidas pelo presidente.
Segundo o documento, Nilton foi denunciado internamente dentro do movimento sindical, inclusive com pedido de devolução no valor de R$ 255 mil.