
Washington e Pequim retomaram negociações comerciais para tentar buscar uma saída para suas tensões comerciais. Notas de 100 dólares, moeda dos Estados Unidos, e de 100 yuans, moeda da China, frente a frente.
Jason Lee/Reuters
A China anunciou nesta sexta-feira (18) que retirará as fortes tarifas de 178,6% impostas há apenas um mês para as importações de sorgo (cereal muito utilizado como ração animal) dos Estados Unidos, em um aparente gesto de boa vontade, enquanto os dois países negociam uma saída para suas tensões comerciais.
Um comunicado do Ministério do Comércio afirma que a tarifa anunciada no dia 18 de abril aumentou excessivamente os custos dos consumidores chineses e se afastava do interesse público, por isso optou por eliminá-lo.
Em particular, o setor de suínos já estava ando por dificuldades operacionais devido ao aumento do sorgo.
A tarifa foi imposta preliminarmente logo após o presidente americano, Donald Trump, ameaçasse com medidas semelhantes para frear a entrada de diversos produtos chineses nos EUA, disparando os temores de uma guerra comercial entre as duas principais economias do mundo.
Os EUA exportaram para a China cerca de 4,76 milhões de toneladas deste cereal (mais de 95% do total comprado pelo país asiático com outras economias), no valor de US$ 1,1 bilhão, por isso a tarifa chinesa foi vista com preocupação por muitos produtores agrícolas americanos.
A medida é anunciada no momento em que o vice-primeiro-ministro chinês Liu He, principal responsável econômico do país asiático, se encontra nos Estados Unidos para continuar as negociações bilaterais em prol de conseguir um consenso que evite uma guerra comercial.
Liu se reuniu ontem com o presidente Trump, e fontes próximas às negociações afirmaram que a China ofereceu aos EUA medidas para reduzir em US$ 200 bilhões para 2020 o déficit comercial que o país americano tem com o asiático.
Washington e Pequim retomaram nesta quinta-feira as delicadas negociações comerciais, sob ameaça da possível entrada em vigor, em menos de uma semana, de sanções americanas, que relançariam o fantasma de uma guerra comercial.
“Essas reuniões são o prolongamento das discussões desenvolvidas em Pequim há duas semanas e se centram no reequilíbrio das relações econômicas” bilaterais, declarou a Casa Branca, que exige da China uma redução em US$ 200 bilhões de um déficit comercial que, em 2017, alcançou os US$ 375 bilhões.
Washington ameaça impor tarifas de US$ 150 bilhões sobre produtos chineses, por considerar que Pequim se envolve em práticas comerciais injustas e viola os direitos de propriedade intelectual. A China responde com a taxação sobre importações de bens americanos totalizando US$ 50 bilhões.
* Com Presse