A cidade de São Paulo e a região metropolitana já contabilizam cerca de 180 assassinatos em pouco mais de um mês. Os policiais são os principais alvos nesta onda de violência – de janeiro até agora, 91 deles foram mortos em ataques diversos: Como no dia 18 de outubro, quando o sargento Luiz Antônio de Souza foi atingido por nove tiros em um bar no centro da capital.
Além da dor de perder o marido, a viúva do policial agora cuida sozinha dos três filhos. Aliás, na mesma noite em que o sargento foi morto por bandidos, outro policial morreu ao ser atingido por seis tiros em frente de casa, na zona leste de São Paulo.
Diante desses e de outros casos, um policial na zona leste mudou sua rotina com medo de se tornar alvo dos bandidos. Ele pretende mudar de endereço, ainda mais depois que soube, por vizinhos, de pessoas estranhas perguntando se na sua residência morava um policial militar.
“Levei 20 anos para construir minha casa, com muito sacrifício, e agora vou ter que me desfazer dela por questões de segurança”, disse o policial, que não quis se identificar.
Além dele, pessoas comuns também se tornaram alvo de ataques em 2012 – a maioria com sinais de execução. Diante do grande volume de crimes registrados em São Paulo, o jurista Walter Maierovich alerta que só a força ostensiva não combate o crime organizado.
O jurista diz que é preciso montar um serviço de inteligência a longo prazo e atuar em duas frentes: quebrar a comunicação das lideranças criminosas, muitas vezes feita dentro dos presídios, e acabar com a fonte de receita que alimenta todo esse sistema ilícito.