Fonte: Midia News
Categoria ressalta problemas que o Estado pode enfrentar em caso de paralisação do serviço
Servidores do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em Mato Grosso encaminharam, nesta semana, uma carta aberta ao Conselho Estadual de Saúde do Estado e à população, reclamando de péssimas condições de trabalho e apontando as consequências para a istração Estadual e para a população caso haja uma paralisação no setor.
O documento, assinado por 60 servidores, também foi encaminhado ao governador Silval Barbosa (PMDB) e ao Ministério Público Estadual (MPE), para providências.
Ao todo, 32 problemas são destacados pelos funcionários, entre eles o mau condicionamento ou ausência de medicamentos necessários nas operações de resgate, a falta de manutenção dos equipamentos utilizados nos atendimentos – o que coloca em risco a saúde dos servidores e usuários – e o não pagamento de adicionais por plantões realizados, insalubridade e periculosidade, por parte do Governo do Estado.
“A Saúde está abandonada, sem equipamentos, sem materiais, sem manutenção” Além de questões istrativas, a falta de higiene e segurança adequada no ambiente de trabalho e de manutenção do prédio onde funciona o Samu atualmente também foram destacadas na carta, bem como a posição contrária dos servidores à terceirização dos serviços do Samu.
Algumas deficiências, segundo consta no documento, podem impactar indiretamente na saúde dos usuários do sistema, pois servidores acabam dormindo no chão no local destinado ao repouso, por falta de colchões, camas e estrutura adequada.
Além disso, os servidores reclamam da descontinuidade no abastecimento de água – o que compromete a higiene –, bem como a ausência de controle de vetores.
“(…) presença de ratos, escorpiões e baratas, colocando em risco a saúde dos servidores e impactando indiretamente a saúde dos usuários”, diz parte da carta.
Sucateamento da saúde
Segundo a presidente do Sindicato dos Servidores Públicos da Saúde e do Meio Ambiente, Alzita Ormond, o descaso com o Samu se trata apenas de mais uma tentativa de sucateamento das unidades de saúde, por parte do Estado, para forçar a implantação das Organizações Sociais (OSS).
“A Saúde está abandonada, sem equipamentos, sem materiais, sem manutenção. Os servidores estão completamente desvalorizados e tudo isso serve para que haja o aceite da privatização, como se isto fosse melhorar alguma coisa”, disse.
Ormond critica a possibilidade de terceirização dos serviços e afirma que a parceria público-privada, conhecida como PPP, é apenas uma maneira diferente que o Estado encontrou para classificar a privatização dos serviços.
“Ora, as empresas vão ficar mais de 20 ou 30 anos gerindo um espaço que é público, com a estrutura pública, servidores públicos, chupando tudo o que pode dos recursos públicos, enxugando os serviços, e prejudicando os usuários, porque empresa privada só quer lucro”, criticou.
A presidente do sindicato reclama da falta de disposição do Governo Estadual em aplicar o dinheiro que seria pago às empresas privadas, afirmando que, até agora, a istração estadual não se posicionou claramente sobre o assunto.
“Se não há recursos financeiros para o gestor da Secretaria de Estado de Saúde gerir seu patrimônio público, onde ele arrumará verba para rear às OSSs? E olha que não é pouco. Se há recursos, não seria mais óbvio aplicá-los na gestão da istração pública, não só no caso do Samu, como em outras unidades finalísticas, resolvendo todos os entraves que lá existem? Esta é uma questão que até o momento não foi respondida pelo gestor”, salientou.