Degelo no Ártico deve bater recorde, alertam cientistas

344 0
Gelo no ártico. Cobertura na região durante o verão diminui quase 40% desde 1979 (Jupiterimages/Thinkstock)

Cobertura de gelo é quase 40% menor do que a registrada no verão de 1979, quando começou o monitoramento na região

 

A cobertura de gelo no oceano Ártico está derretendo a uma taxa surpreendentemente rápida, na opinião dos cientistas, e deve alcançar a menor extensão já registrada nesta semana. Segundo o centro de monitoramento de gelo e neve dos Estados Unidos (NSIDC, na sigla em inglês), ligado à Universidade do Colorado, o recorde deve ser batido antes da temporada de degelo acabar, no início de setembro.
Até a confirmação dos dados do degelo deste ano, o recorde continua a pertencer à temporada de 2007, quando a cobertura de gelo da região encolheu 4,25 milhões de quilômetros quadrados. 
Na segunda semana de agosto a extensão remanescente de gelo no Ártico foi estimada em 4,66 milhões de quilômetros quadrados. Número quase 40% menor do que os cerca de 8 milhões de quilômetros quadrados de extensão de gelo que existiam durante o verão de 1979, quando o monitoramento por satélite começou na região. Cientistas do NSIDC afirmam não ter dúvida de que a taxa deste ano vai ser consideravelmente maior que a de 2007.
Alguns centros europeus, que usam uma metodologia diferente, como o Nansen Environmental and Remote Sensing Center (centro ambiental Nansen de sensoriamento remoto), da Noruega, afirmaram no início desta semana que o recorde de 2007 já foi quebrado.
Maior degelo já registrado – Nesse caso, o critério de medida é a área da cobertura de gelo. Segundo o NSIDC, esse método é mais impreciso. Os cientistas o comparam à medição da área de um queijo-suíço, já que inclui buracos que possam existir na área.
“Temos algumas diferenças de metodologia, mas no fim as conclusões devem ser as mesmas”, disse ao site de VEJA o pesquisador do NSIDC Walter N. Meier, apostando que 2012 vai ter o maior degelo já registrado..
A área congelada do oceano Ártico sempre costuma sofrer reduções durante o verão no hemisfério norte, mas os cientistas afirmam estar surpresos com a rapidez e a extensão com que os degelos estão atingindo a região. 
A culpa, segundo os cientistas do NSIDC, é do aquecimento global).
“O ano de 2007 foi atípico, com muitas ondas de calor, tempestades. Mas não podemos mais analisar esse ano isoladamente, já que os cinco anos seguintes também tiveram degelo extremo. E agora temos um novo recorde chegando. Os intervalos entre grande degelos estão ficando cada vez menores. A elevação da temperatura no mundo desempenha um papel chave nisso”, disse Meier.

Leave a comment

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *