Cabo Bruno deixa prisão após 28 anos

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Cabo Bruno, na época em que foi preso: pena de 117 anos

Ag. Estado

 
Acusado de matar ao menos 50 pessoas, ex-policial militar ficou conhecido na década de 1980 por haver comandado um esquadrão da morte que fez vítimas na periferia da zona sul de São Paulo
O ex-policial militar Florisvaldo de Oliveira, conhecido como Cabo Bruno, recebeu indulto pleno da Justiça e deixou o presídio de Tremembé, na região do Vale do Paraíba em São Paulo, na tarde desta quinta-feira. Acusado de matar ao menos 50 pessoas, Cabo Bruno ficou conhecido na década de 1980, quando estaria no comando de um esquadrão da morte. Ele foi preso em 26 de setembro de 1983 e ou 28 anos na cadeia. Cabo Bruno havia sido condenado a 117 anos, quatro meses e três dias de reclusão.
O indulto foi concedido na quarta-feira pela 2ª Vara de Execuções de Taubaté, também no interior do Estado, conforme informação do Tribunal de Justiça. O advogado de Bruno, Fábio Tondati Ferreira Jorge, afirmou que o ex-policial pretende agora ganhar a vida vendendo quadros.
Durante o período que esteve preso, a Justiça registrou três fugas, sendo a última recaptura em maio de 1991. Após cumprir 20 anos de prisão ininterrupta, Cabo Bruno adquiriu o direito de indulto, afirma o documento com o alvará de soltura, assinado pela juíza Marise Terra Pinto Bourgogne de Almeida. Conforme a decisão, Bruno se comportou bem durante o cumprimento da pena, sem cometer faltas disciplinares.
Em agosto de 1984, VEJA publicou uma matéria sobre o caso na qual relatava uma entrevista concedida por Cabo Bruno, então com 25 anos, à repórter Mônica Teixeira, da Abril Vídeo. O acusado, que na época se encontrava foragido da polícia, deu um relato frio e rico em detalhes.
“Matei porque essas pessoas fizeram mal a muita gente”, justificou Oliveira os crimes praticados. Na época dos assassinatos, depoimentos afirmam que a maioria das vítimas era formada por criminosos da periferia da zona sul de São Paulo. Bruno afirmou que “perdeu a conta” a partir da 33ª vítima. Entretanto, antes de ter sido preso e expulso da corporação, o policial chegou a jurar que era inocente.

 

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