DF: Médico indiciado por ofensa racista no DF diz que caso foi ‘mal entendido’

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Heverton Menezes afirmou ter ‘carinho e respeito pelos afrodescendentes’.

Caso condenado, ele pode pegar até três anos de reclusão e pagar multa.

Suspeito de ter proferido ofensas racistas contra uma atendente de cinema, o médico Heverton Octacílio de Campos Menezes afirmou nesta sexta-feira (4) que a situação foi um “lamentável episódio e mal entendido”. A declaração foi dada após Menezes prestar depoimento na 5ª Delegacia de Polícia. Na quarta (2), ele foi indiciado por injúria discriminatória.
O médico afirmou ter disse que trabalhou em missão medica na África durante um ano. “Ainda me tranquiliza declarar que tenho colaboradores e pacientes afrodescendentes, aos quais tenho dado grande parte da minha vida profissional, concedendo a eles o melhor do saber, da prática, carinho e dedicação médica.”
Menezes também divulgou uma carta onde pede desculpas a comunidade brasiliense pelo ocorrido. Na carta, ele pede desculpas especialmente a atendente do cinema e diz que é um “médico dedicado integralmente à assistência de todas as nacionalidades e classes sociais”.
O médico teria tentado furar a fila do cinema no domingo (29), alegando estar atrasado para a sessão, mas foi impedido pela funcionária.
“Aí [ele] já disse que eu era muito grossa que era por isso que eu tinha essa cor, que eu estava no lugar errado, que ali não era meu lugar, que eu não devia estar lidando com gente, devia estar lidando com animal. E disse também que eu não deveria estar morando aqui, que eu deveria estar morando na África, cuidando de orangotangos”, relatou a atendente Marina Serafim dos Reis, de 25 anos..
Após os insultos, clientes e funcionários do estabelecimento comercial chamaram os seguranças, mas o médico conseguiu fugir. Ele foi identificado com auxílio das imagens das câmeras de segurança do shopping.
De acordo com o chefe da 5ª Delegacia de Polícia, delegado Marco Antônio de Almeida, Menezes foi indiciado porque não há dúvidas de que o crime foi cometido.
“Ele foi intimado e vai prestar depoimento na sexta-feira (4), às 14h. Nós temos o relato da vítima e de duas testemunhas que não conhecem nem a vítima nem o suspeito que comprovam que a injúria ocorreu. O que queremos saber agora é a versão dele sobre os fatos”, explicou Almeida

 

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